quarta-feira, 19 de março de 2008

CANÇÃO NOTURNA

Esta canção noturna e infeliz
quem a ouve sabe e sente logo
o sabor acre, atroz do monólogo
da existência envolta em nuvem gris

Esta canção noturna e taõ singela
penetra os labirintos da razão
desnuda o desejo oculto em vão
do ser entricheirado numa cela

Sonhos, canções, desejos e ruínas
elementos corroídos pelo tempo
ressoando no lento trepidar das horas

Dedico-lhe esta canção desesperada
minha honra, minha morte, minha sina
breves monumentos à sua memória.


Ozênio Dias

22.09.2003

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