quarta-feira, 26 de março de 2008

COTIDIANO

Enquanto a cidade dorme neste inverno
e a densa névoa gris invade alcovas
entre as frestas vagas da manhã
novos caminhos, novos sonhos, terras novas

Um homem vaga por entre os arcos da sinagoga
a fustigar os corpos moribundos
dos noctívagos bêbados, vagabundos
a entoar louvores ao Deus Baco

Sua voz rouca, vacilante, ganha os campos
a aura matutina se anuncia
e a cidade se põe a bocejar

O ciclo se completa, mais um dia
a libertar suas ilusões e seus espantos
lugar comum: o homem,, o deus, o amar.

Ozênio Dias

10.12.1997

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