quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Nanáth

Meus sentidos buscam no corpo opaco da noite veredas que me levem aos seres que habitam teus corais.
Sei que levas contigo vestígios do meu riso tímido e dos meus cantos tortos.
( cantos de caos e ternura ).
È certo que em algum outro pôrto te aguardam adornos e reflexos nítidos de constelações de outras épocas.
Danças envolta em pássaros amarelos e azuis e pérolas purpúreas deslizam suavemente pelo teu rosto lúdico.

Deuses vadios da minha infância, não me abandonem !!!

Vago, indistinto, por campos de transição.

( ... )

Do 17º andar dos meus olhos vândalos perscruto salões vazios e quartos de pedra e estátuas de mármore.
È certo que te observo em silêncio. ( o silêncio de desejos inenarráveis ).`

( ... )

Na aparente paz reinante, tua presença é fluído que alimenta o espírito lendário da cidade portuária. E distribui pétalas de begônia no cais a marinheiros bêbados.

Não sei como chamá-la. Vejo-a surgir à distância e trazes contigo uma brisa suave; um zéfiro e sei que podes desaparecer a um toque e me mantenho à distância.

Um dia, talvez no próximo outono, eu me aproxime e talvez eu consiga desvendar teus segredos; segredos que trazes contigo; segredos de ti e da tua estirpe secular.



Oz

Maio de 98

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