sábado, 20 de setembro de 2008

Enquanto chove

Para a pequena ex-habitante da CEU 3



Por ora é só
Não preciso mais de ti aqui
Então quero ver você partir
Buscar-te-ei se acaso precisar.

Por ora basta
Teu beijo infante aplacou minha sede
Mas teu olhar prendeu-me na tua rede
E eu não consigo preservar-te assim tão casta.

De pé vou aguardar minha decadência
E como um cão, lamberei minhas feridas.
Tua lembrança será uma fonte adormecida
Um bálsamo a atenuar a dor da ausência.


È tarde sim. O crepúsculo se avizinha
A visão baça, o andar hesitante
À noite insone, o verbo delirante
A dor do mundo é também a minha

Por hoje é só
Não preciso mais dos teus segredos
Tua ausência deixa-me com medo
Sei que és o vento, e eu, chuva, fogo, pó...

Ozênio Dias

Agosto de 2006

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