terça-feira, 2 de setembro de 2008

BALADA DA NOITE

A noite nunca passa
a noite enlaça ao longe
assim, se a noite chama, oculta na passagem
à espreita, insone, a noite ressurge
e é miragem.
A noite não espanta
a noite envolve, encanta.
Desliza sorrateira num ciclo singular
de luz & sombra & luz
e deixa na sua esteira
um ressoar de um canto inacabado, insano
àquele que virá.

Enquanto tece a luz que surgirá
no vão
da noite incipiente o homem que era então vidente
vaga à sombra da noite que chegou
fugaz
anoitecido.


Ozênio Dias

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