quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sete

Os meus sete sentidos
se bem direcionados
quais dardos afiados
servirão-me de abrigo.
Meus sete companheiros
à frente, Bonaparte
farão do meu quintal
uma nação à parte.
Meus sete sonhos soltos
nesta paisagem gris
e este calabouço
será um chão de giz.
Os meus sete punhais
se soltos nesta pele
a toda dor repelem
repelem a quaisquer ais.
Meus sete vaticínios
atirados ao esmo
atiçam canibais
que comem a si mesmos.
Meus sete anjos tortos
envoltos em luxúria
sombras na face impura
dos meus ancestrais mortos.
Minhas sete e tantas crenças
às vezes sou trezentos
e ante um eu perplexo
um outro está isento.
Os meus sete dinheiros
selaram minha sorte
vê-se no mundo inteiro
desolação e morte.
São sete cadafalsos
mas não há Calabar
são sete catacumbas
mas nada a enterrar.
Os meus sete pass0s
rumo ao cadafalso
eram uma farsa
livre estou do laço.

...E a sensação que tenho é de derrota
nem vi quem entrou por esta porta.

Ozênio Dias
19.09.06

Nenhum comentário: