Espreito-a atento
e quase que amante
espreita-me e finjo
olhar o horizonte.
Às vezes teu murmúrio
tangível, inexato
rastreia o passo incerto
do transeunte incauto.
&
E, quando, numa rua deserta, a vagar, divago, sinto-a ao meu lado a dizer-me de seus projetos, de gares invisíveis e guichês inadiáveis.
(...)
Não sei em qual momento ela me abraçará, por isso assovio e finjo que não estou pronto e continuo andando ...
ao inevitável encontro..
Ozênio Dias
Janeiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Velho Ozy,quem sabe as palavras de Cioran, abaixo, não nos sirvam de epitáfio: “Quando me lembro que os indivíduos são apenas gotas de saliva que a vida cospe, e que a vida mesma não vale muito mais em comparação com a matéria, dirijo-me ao primeiro bar que encontro com a intenção de nunca mais sair dele. E no entanto, nem sequer mil garrafas me dariam o gosto da Utopia, dessa crença em que algo ainda é possível”
Postar um comentário